domingo, maio 21, 2006

Boss AC leva estudantes ao rubro


Festas do Enterro da Gata
Marcada pelo ritmo do hip-hop, a noite de terça-feira, no Enterro da Gata, aplaudiu Melo D e sobretudo Boss AC. O cantor de “Princesa” entrou em palco e não precisou de muito para levar a plateia ao rubro.
Talvez seja pelas razões apontadas por Boss AC, em entrevista ao COMUM – “o hip-hop está de boa saúde e recomenda-se”, até porque “o que é nacional é bom”.
“A música portuguesa está cada vez mais a ter o espaço que realmente merece. Basta ir aos concertos e ver como as pessoas reagem à música portuguesa. Isto é um trabalho de grupo, o grupo canta, mas o público tem que estar lá e, cada vez mais tenho a certeza que o público está lá”, refere.
A sensação de ouvir milhares de pessoas a cantar as suas músicas “é única” e, apesar de já estar habituado “não dá para descrever”. Quanto ao futuro, Boss AC sublinha que apenas pretende continuar no actual caminho. “Fazer música que gosto, dizer o que penso, nunca me sujeitar às vontades alheias. A primeira a pessoa a satisfazer sou sempre eu! Penso que se me mantiver fiel a mim próprio tudo correrá bem”, acrescenta o cantor.
A curta entrevista com Boss AC está no fim. Vindo da enorme massa estudantil presente no recinto dos concertos, o chamado Gatódromo, passa o corpo de enfermeiros auxiliares do INEM carregando uma jovem que perdeu os sentidos, aparentemente por causa do álcool. Música, drogas e álcool são os excessos característicos destas horas de festa, levando jovens universitários a precisar de assistência médica.
Apesar de tudo, dos excessos, das más condições sanitárias que consistem na “parte pior e mais nojenta do enterro”, as festas do Enterro da Gata atraem milhares de estudantes. Não só pelos concertos, mas também pelos amigos que se fazem, pelo convívio e, como refere Zé Pedro, estudante de Economia, "pelos shots oferecidos nas barraquinhas".
Basicamente, os estudantes não dispensam o Enterro da Gata, porque “é uma oportunidade para descomprimir, curtir, estar com os amigos, conhecer gente nova”, até porque “a seguir ao enterro vêm os exames e é preciso aproveitar”, salienta Sofia Cerqueira, estudante de Comunicação Social.